Dia Internacional de Luta contra as plantações de monocultura – 21 de Setembro

Celebra-se hoje, 21 de Setembro de 2022, o Dia Internacional de Luta contra as plantações de monocultura de àrvores, por muitos propositada e enganosamente publicitadas como plantações florestais com vista a ganhar a aceitação popular num contexto de crise climática global!

O dia 21 de setembro foi instituído como o Dia Nacional contra as Monoculturas de Árvores num encontro que teve lugar no Brasil, onde participaram cerca de 250 membros de comunidades afetadas por plantações industriais de eucalipto. O objetivo era aumentar a visibilidade dos muitos povos e comunidades que lutam contra as monoculturas de árvores, como forma de quebrar o ciclo de silêncio em torno das inúmeras violações de direitos humanos e dos impactos sociais e ambientais destas e ainda divulgar as evidências das lutas de resistência de comunidades afectadas. Em reconhecimento à importância da decisão tomada pelas comunidades brasileiras, o Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais (WRM) decidiu em 2006 tornar este dia, um Dia Internacional de Ação. Desde então, ano após ano, várias comunidades, povos, movimentos sociais e organizações ao redor do mundo se reúnem nesta data para comemorar a resistência das comunidades.

No actual contexto de crise climática global, o plantio de largas extensões monocultura de árvores pode à partida parecer uma solução viável. No entanto, é importante lembrar que apesar do imenso esforço de desinformação, as plantações de monocultura não são florestas, não se assemalham a florestas nem tão pouco desempenham as importantes funções ecológicas das florestas, muito menos a ligação espiritual, cultural e social com as comunidades locais que com estas coexistem. Há cada vez mais estudos e evidências dos inumeros e graves impactos das plantações de monociultura pelo mundo inteiro.

Este ano, comemoramos uma vez mais a resistência contra a expansão de plantações industriais pelo mundo inteiro, num momento em que em Moçambique está em curso o processo de revisão de importantes instrumentos, tais como a Política de Terras e a respectiva Lei, e a Lei Florestal, que poderão colocar em maior risco o futuro das florestas moçambicanas e consequentemente o modo de vida das inúmeras comunidades que com estas coexistem.

A JA! tem denunciado sistematicamente, sem sucesso, os inúmeros impactos sociais e ambientais das plantações industriais em Moçambique, pois o governo insiste em promover a expansão destas, alegando reflorestamento e ainda como suposta solução aos impactos das mudanças climáticas!

Solidarizamo-nos, hoje e sempre, com todos os povos e comunidades que resistem à usurpação da sua terra e modos de vida para dar lugar a um esquema global de acumulação de capital e de comodificação da natureza!

Juntos, fortes e unidos continuaremos a resistir, para que não sejamos todos extintos como se pretende na nova proposta de lei das organizações da sociedade civil!!!

A luta continua!!!

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