Este discuro que publicamos é de um jovem estudante Moçambicano, que tem participado nas greves e manifestações climáticas, e deu este discurso em defesa do futuro do nosso planeta e da vida como a vemos hoje.

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Obrigado por se trazerem à rua!

Milhões de pessoas vieram para a rua hoje, para mostrar que estamos atentos à ciência do clima, e que não iremos apoiar a destruição do meio ambiente nem as suas consequências desoladoras na nossa civilização humana.

Tudo aquilo que construímos e tudo aquilo que tomamos como garantido, tal como a democracia, estará em causa se não olharmos profundamente para nós próprios e não nos afastarmos da ambição material que nos levou a este desafio ambiental sem precedentes. Precisamos de agir, reconhecendo ao mesmo tempo o sistema tóxico em que vivemos e sabendo quão difíceis as mudanças necessárias no estilo de vida serão, sem o reconhecimento nem iniciativas do governo, principalmente para as pessoas menos privilegiadas. Mas não podemos esperar por essas iniciativas, e eu acho que nós sabemos bem disso. De facto, acho que é por isso que nos encontramos todos aqui. Precisamos de pressionar os nossos governos e rejeitar que se continue a fazer tudo da mesma maneira! A História mostra-nos que para isto acontecer é necessário mobilizar as massas. Estamos a falar de desobediência civil.

Estamos aqui porque reconhecemos a realidade lamentável que levou jovens activistas a recorrerem às greves estudantís para fazer com que as suas preocupações sobre o estado climático e o meio ambiente fossem ouvidas. Também reconhecemos a NECESSIDADE dos jovens de fazer com que esta mensagem seja ouvida pelo mundo inteiro. São os jovens que mais terão a perder. Temos de ser superiores à nossa obsessão material, e engajar no exercício democrático de reformar as políticas económicas e públicas.

Nós vamos precisar de um esforço colectivo massivo. E isso começa aqui. Porquê? Porque nós estamos aqui. Temos que inspirar e liderar pelo exemplo, e construir pontes para aqueles que tenham perdido a esperança.

Precisamos que os governos estabeleçam objectivos claros e realistas, e que estabeleçam legislaçõea adequadas. Precisamos da colaboração internacional, porque as mudanças climáticas não conhecem fronteiras, e não nos podemos considerar civilizados, ainda que tenhamos um diploma e que as nossas ruas estejam limpas, se não conseguirmos reconhecer os impactos que criamos em outros países.

Estamos aqui hoje com o maior respeito pelo nosso planeta habitável: o anfitrião das nossas aventuras, e com a incessante motivação para preservar a nossa civilização e proteger a nossa linha de vida: o meio ambiente.

Temos a obrigação de proteger as maravilhosas espécies de seres vivos deste planeta, que neste momento têm de enfrentar as consequências da nossa poluição e destruição de habitats. Em média, uma área de árvores equivalente ao Reino Unido foi destruída, por ano, entre 2014 e 20181.

Florestas, mangais, pântanos, turfeiras, fundos marinhos, recifes de corais, florestas de algas, etc…Funcionam como soluções climáticas naturais.2 São reservatórios de carbono, e por isso temos que investir na protecção e restauração destes habitats naturais.

Temos que limitar o aquecimento global a menos de 1,5 C (pós-industrialização) para evitar o desenrolar descontrolado de mudanças climáticas. Se continuarmos com o ritmo actual, em 2030 irá despoletar uma reacção em cadeia e então será tarde demais!3 Precisamos de políticas que permitam que a vida no planeta Terra floresça, e que facilitem uma transição justa e urgente de combustíveis fósseis e outros gases com efeito de estufa, para as energias renováveis. Ainda podemos resolver isto! As soluções estão aqui.

No final da acção de rebelião pelo clima e contra a crise ecológica organizada pelo Extinction Rebellion, em Abril, um mural emergiu em Marble Arch, em Londres, e dizia o seguinte: “A partir deste momento o desespero acaba e a táctica começa”. A mudança é necessária. ISTO É UMA EMERGÊNCIA.

Fabio Mendes 20.09.2019

3 IPCC

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